João Pessoa: 29 de março de 2024

Bolsonaro será intimado a depor sobre joias e Brasil pode pedir cooperação internacional, diz Dino

Publicado em: 14 de março de 2023

Brasil 247

O ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou nesta segunda-feira (13) que o ex-presidente Jair Bolsonaro será intimado a depor pela Polícia Federal, em algum momento, no âmbito do inquérito sobre a entrada no país de joias sauditas não declaradas, e disse que o Brasil pode solicitar cooperação jurídica internacional caso ele não compareça.

Segundo Dino, ainda não há prazo nem data para a intimação a Bolsonaro, que se encontra nos Estados Unidos desde que deixou o Brasil em dezembro do ano passado dois dias antes do final de seu mandato. O ministro afirmou que ainda há “outros passos” a serem dados antes de uma oitiva de Bolsonaro, frisando que há muitos materiais a serem analisados que, no momento, são mais relevante do que ouvir o depoimento do ex-presidente.

“Temos diligências em curso, pessoas sendo ouvidas, e, em algum momento, o ex-presidente será intimado. Caso ele não compareça poderá haver ou não acionamento de cooperação jurídica internacional”, disse o ministro a jornalistas após participar de evento da Fundação Getulio Vargas (FGV) no Rio de Janeiro.

“O depoimento é uma oportunidade de defesa dele também… Não será ouvido hoje, amanhã ou depois de amanhã. Estamos diante de fatos que têm prova documental, imagens, filme, oficiais e papéis, provas materiais e, tem pessoas sendo ouvidas, provas orais”, acrescentou.

Segundo o ministro, a PF vai concluir o inquérito “independentemente dele ser ouvido ou não“, mas ele disse esperar que Bolsonaro seja ouvido por que é direito de um investigado.

Especialistas ouvidos pela Reuters disseram que o caso envolvendo o ingresso irregular no país de joias procedentes da Arábia Saudita destinadas a Bolsonaro pode levar o ex-chefe do Executivo, a depender do resultado de investigações anunciadas por órgãos de controle, a responder pelos crimes de lavagem de dinheiro, desvio de recursos públicos (peculato), descaminho e delitos de natureza tributária.

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